A preparação para o Natal é uma das épocas do ano que oferecem grandes oportunidades de convívio familiar e social. No entanto, exatamente por isso, é necessário estar bem, ou seja, em sintonia consigo mesmo para, posteriormente, ir ao encontro das outras pessoas.
Portanto, assim como é preciso fazer os preparativos externos para participar das festividades, há necessidade de se dedicar aos preparativos internos e pessoais.
O Advento é um convite para a reflexão e para a introspecção que abre interiormente o caminho para o Natal.
Muitas pessoas se perdem nas distrações das providências para a organização das celebrações, das festas, estando desatentas para o sentido mais profundo do Natal.
Outros já compreenderam que estes cuidados com as tarefas práticas desta época são imagem em espelho da organização interior, do mundo de sentimentos e pensamentos próprios.
Vivemos hoje num contexto complexo e desafiador, em que, propositalmente, são fomentadas as vaidades, injustiças, discórdias e inseguranças, que tanto perturbam as relações interpessoais.
Observe que estamos sendo instigados, constantemente, a vivenciar emoções desagradáveis, causadas por fatores externos, que nos induzem a rebaixar o nível de energia e de vitalidade.... Lembre-se de que as forças adversas ao desenvolvimento do ser humano criam estas condições para se locupletarem e tirarem vantagens.
Nesta jornada íntima, é essencial revisar tudo o que se viveu durante o ano, verificando como está sendo a relação com realidade e com as pessoas ao redor.
É fundamental fazer a faxina do porão da alma, onde podem estar acumulados ideias cristalizadas e sentimentos densos e dissonantes, como mágoas, angústias, medos e ira.
Sendo assim, mais relevante se torna a manter a saúde mental e a resiliência, portanto, praticando a meditação, a oração, a busca do autoconhecimento.
Ao perceber que o medo cede à verdade, que a desistência é superada pela perseverança e que o veneno do ódio é neutralizado pela potência do amor, seu coração estará cada vez mais preparado para permitir que ocorra em si o milagre transformador: o nascimento do menino Jesus.
Este é o verdadeiro Natal, da simplicidade material e da riqueza de espírito.
Dr. Ana Cristina C.L. Malheiros
